ESTUDO/PESQUISA PARA PROGRAMA DE PREVENÇÃO AO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS (ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS)
Autor: Alexandre José Swib Psicólogo:CRP-12/15333
RESUMO
O presente estudo/pesquisa da RP (Reflexoterapia Psiqueativa) resultou em um programa de prevenção ao uso de substâncias psicoativas e, visa parceria com qualquer município, comunidade ou empresa que estejam interessados de o implementar a suas políticas de prevenção ao uso de substâncias psicoativas. O mesmo abrange os seguintes contextos sociais: o de trabalho, família e especificamente, o contexto escolar. O programa se baseia e se norteia através dos resultados que a RP obteve através de seu estudo/pesquisa, que teve duração de 5 anos (Início de janeiro de 2018 ao final de dezembro de 2022), e nesse período estudou e pesquisou 1200 dependentes de substâncias psicoativas, acolhidos em uma comunidade terapeutica no Vale do Itajaí-SC. Os planos estratégicos de prevenção se dividem em 3 linhas frente. 1° linha: contexto escolar com alunos a partir de 10 anos de idade. 2° linha: contexto familiar, palestras e grupos de reflexão comunitários. 3° linha: contexto de trabalho, palestras nas empresas para trabalhadores em geral. Para o contexto escolar será usado o slogan: “drogas, não entre nessa!”. O objetivo é oferecer as crianças e adolescentes, desenvolvimento do seu poder de percepção, reflexão e compreensão, para que os mesmos possam evitar de se colocar em risco de iniciação ao consumo de substâncias psicoativas, bem como, entre outras situações de risco que possa lhes impedir de viver um desenvolvimento psicossocial saudável. No contexto familiar e de trabalho também com o slogan: “drogas, não entre nessa!”. O objetivo é oferecer palestras com técnicas psiqueativas de enfrentamento tanto nas comunidades como nas empresas, em prevenir o surgimento de novos usuários ocasionais. Nesse mesmo contexto oferecer as pessoas que já fazem uso ocasional no trabalho ou na vida social, o slogan “pare enquanto é tempo!”. O objetivo é prevenir que estes não venham a desenvolver dependência crônica de substâncias psicoativas. A RP compreende que essa metodologia estratégica, se faz necessária considerando os resultados de aumento não só do uso, mas também, os novos tipos de substâncias psicoativas cada vez mais nocivas que aguçam a curiosidade. E isso vêm ocorrendo de forma acelerada não só no município de Itajaí-SC, mas sim, no mundo todo. Para isso a RP se sustenta por meio de inumeras técnicas psiqueativas de enfrentamento, para toda e qualquer resolução de problemas.
A RP foi elaborada e desenvolvida pelo psicólogo Alexandre José Swib, por meio do seu trabalho de campo, tendo início no mês janeiro de 2018, e se finalizou ao final de junho de 2023. Durante esse período foi observado em forma de estudo/pesquisa, o convívio diário de 1200 acolhidos (pessoas do sexo masculino maiores de 18 anos), dependentes de substâncias psicoativas (álcool, crack e outras drogas). Os mesmos faziam parte do programa de acolhimento em comunidade terapêutica no Vale do Itajaí-SC para desintoxicação devido ao uso crônico de substâncias psicoativas. Dos 1200 acolhidos, 20 demonstraram interesse em contribuir com a RP. Após completarem 6 meses de acolhimento, por livre espontânea vontade se candidataram e serviram como acolhidos/piloto. Através da RP os mesmos foram acompanhados, observados e avaliados no convívio familiar e social e de trabalho entre 3 a 4 meses. Dentro deste período foi buscado compreender nos mesmos, quais os principais sintomas que lhes afetavam sem que percebessem, a ponto de gerar desequilíbrio e sofrimento psíquico. A partir disso, a RP passou a desenvolver inúmeras técnicas psiqueativas de enfrentamento para que o dependente pudesse se compreender melhor como funcionava seu estado físico, psicológico e espiritual. Assim surgiu a primeira técnica psiqueativa da RP compreendida como PRC (Percepção, Reflexão e Compreensão).
A RP também pesquisou sobre outros estudos e pesquisas de iniciação ao uso de substâncias psicoativas e suas causas. As informações encontradas nos materiais de pesquisa, artigos e estudos encontrados no acervo digital (internet), são bastante relativas. Diante disso, a RP não descarta tais informações encontradas no acervo digital, no entanto, nesse primeiro momento buscará se fundamentar apenas, nos resultados do próprio estudo/pesquisa com os 1200 acolhidos em uma comunidade terapêutica no Vale do Itajaí-SC.
Quando questionados como ocorreu o primeiro uso de substâncias psicoativas, as respostas de modo geral revelaram que dos 1200 acolhidos, 1153 referiram ter feito o primeiro uso de substância psicoativa, com 9, 10, 11, 12 ou igual aos 13 anos de idade. Segundo os motivos que os levaram a fazer o primeiro uso, foi a curiosidade e a influência de amigos mais velhos considerados pelos mesmos como os mais descolados. Pois para fazer parte da turma era preciso fazer uso ou de cigarro, álcool ou maconha. A iniciação geralmente acontecia de forma escondida em lotes baldios ou matagais atrás da escola ou no bairro onde residiam. Quanto a intensificação de uso, os mesmos referiram que o uso passou a ser mais intensificado e com maior frequência entre os 15 e 20 anos de idade. Apenas 27 referiram que lembram ter iniciado com 15 anos de idade ou mais. Outros 20 referiram que não lembravam certo a idade que iniciaram. Fato, devido a inumeras internações devido ao uso constante de crack, estes já apresentavam diagnóstico de transtornos mentais como: falas desconexas, ansiedade generalizada, dificuldades em manter a linha de lembranças confundindo memórias recentes com a de longo prazo.
Quando lhes perguntado sobre como era seu contexto familiar da época da iniciação do primeiro uso, 1150 acolhidos responderam que viviam em uma família fragmentada por conflitos e violência doméstica devido ao uso de álcool principalmente feito pelo pai, foram raros os relatos em que a mãe foi apontada como usuaária de álcool, e usar de violência doméstica. No entanto, Na questão sobre o que passou a ocorrer após o primeiro uso, 173 acolhidos referiram que a sequência de uso de cigarro e álcool e até mesmo maconha, passou a ocorrer dentro do próprio meio familiar na companhia dos pais, que na maioria das vezes terminava em violência entre os familiares após o consumo de álcool. Outros 980 acolhidos referiram após o primeiro uso passaram a fazer uso ocasional escondidos dos pais.
Ao avaliar todos esses fatores, a RP compreende que o uso inicial dos 1200 acolhidos ocorreu muito mais enquanto no contexto escolar. Porém, vale ressaltar que o contexto familiar por não se oferecer como fator de proteção, serviu como fator de risco intensificado para que a iniciação de uso a substâncias psicoativas fosse facilitada. Outro fator significante é que dos 1200 acolhidos, 978 referiram que em certo momento da vida tiveram um bom emprego e acreditavam que podiam fazer uso controlado mesmo trabalhando. Porém com o tempo houve perda de controle do uso, o qual se transformou em dependência crônica, e com isso houve a perda do emprego e afastamento da família, de modo que passaram a viver somente em função do uso da substância psicoativa (droga de preferência).
O termo técnica psiqueativa de enfrentamento, no conceito da RP se define como: forma diferenciada em analisar, raciocinar e encontrar a ação de resolução mais adequada para todo e qualquer problema em questão que se apresentar, independentemente do mesmo se apresentar de forma material negativo que vem do externo ou emocional negativo indutivo que vier do estado interno.
A partir desse conceito, os acolhidos, passaram a compreender quais são as diferenças entre sensação, emoção e sentimento através do PRC, considerado a primeira técnica psiqueativa da RP. Assim o PRC, possibilitou os acolhidos fazerem melhor compreensão sobre como funciona o eu em meio as sensações, emoções e sentimentos. Deste modo o profissional passou a desenvolver novas técnicas psiqueativas de enfrentamento para que os acolhidos fizessem resolução das situações problemas, e depois trouxessem os resultados. Como os resultados passaram a ser positivos, os mesmos passaram a usar as técnicas psiqueativas de enfrentamento com maior frequência, onde passaram a confiar cada vez mais em si, e a partir desta confiança, maior capacidade de resolução frente as adversidades, situações problemas cotidianas que viessem a se ocasionar. Os resultados foram que os acolhidos/piloto passaram a evitar antigas atitudes emocionais negativas que os levava a fuga ou ao confronto frente aos adversos, ou provocação de outros acolhidos. Deste modo, a RP passou a se fundamentar cada vez mais, por meio das evoluções da melhora da qualidade de vida dos dependentes compreendidos como acolhidos/piloto.
Portanto, a RP foi se constitui por meio de técnicas psiqueativas de enfretamento, a qual é compreendida como ferramenta reflexão terapêutica, pois passou a dar aos dependentes crônicos de substancias psicoativas que ainda apresentavam estado de consciência preservado, e que não apresentam transtornos mentais que atrapalhem a compreensão. Assim estes, ao se utilizar da RP passaram a evitar o acumulo de sintomas emocionais negativos, os quais geram ansiedade generalizada compreendida pela RP como sendo ritual de recaída. Ou seja, quando o ritual de recaída de um dependente em abstinência se rompe, o mesmo a sofrer um impulsivo frenesi de fissura, que a partir disso passa a agir com atitudes de busca desenfreada pela substancia psicoativa da qual é dependente. Para que o dependente não alimente seu ritual de recaída, a RP desenvolveu técnicas psiqueativas para que o dependente que se encontra em estado abstêmio de uso, compreenda como praticar a manipulação sintomática, a qual possibilita o mesmo desenvolver maior sensibilidade e autopercepção de si, tornando seus sentidos (audição, visão, olfato, paladar e tato) mais aguçados; enquanto que o psicológico se torna mais reflexivo, e o estado de espirito mais resiliente e na positiva paz.
Fato, os acolhidos/piloto que se apropriaram das técnicas psiqueativas para fazer enfrentamento de suas dificuldades ou adversidades abstemias, passaram a viver sua sobriedade de forma mais prazerosa e resolutiva, tanto que o enfrentamento é uma forma reflexiva de resolução, e serve para resolver todo e qualquer conflito natural que vier acontecer no agora, sendo que, também serve para filtrar e compreender entre o adverso natural e o provocado. Ou seja, a RP aumentou a chance de o dependente agir de forma assertiva através do poder de reflexão, e com isso aumentou gradativamente a confiança em si. Evidenciou-se que cada acolhido havia desenvolvido consequentemente devido sua dependência, um peculiar ritual de recaída sintomático. Confirmando assim, que dependentes de substancias são altamente emocionais, e minimamente racionais. Deste modo no momento que dependentes acolhidos/piloto passaram a utilizar técnicas psiqueativas de enfrentamento afim de compreender quais eram os sintomas do seu ritual de recaída, automaticamente se utilizaram de técnicas psiqueativas de enfrentamento para anular tais sintomas compreendidos como emocionais sintomáticos negativos. Ainda assim, ao ser possível encontrar eficácia no tratamento de dependentes de substancias psicoativas, a RP compreende que a melhor alternativa ainda é, investir na prevenção, pois com certeza ainda é uma das melhores técnicas psiqueativas de enfrentamento.
Fato importante observado durante os 5 anos de estudo/pesquisa, foi que a grande maioria de dependentes que não conseguiram se apropriar das técnicas psiqueativas de enfrentamento, pois ao voltarem a viver em sociedade, recaíram rapidamente ao uso de substancias psicoativas. Estes mesmos acolhidos já se encontravam em uma sequência de internação e recaídas, de modo que alguns durante os 5 anos que se estendeu o estudo/pesquisa da RP, ocorreu dos mesmos se internar na comunidade terapêutica por mais de 4 vezes, sem contar internações em outras comunidades terapêuticas nesse mesmo período. Essa realidade comprova que é muito difícil para grande maioria dos dependentes se tratar com eficácia, devido muitos destes, já apresentar transtornos mentais ou surtos psicóticos que os levam na maioria das vezes, abandonar o acolhimento antes de completar um mês.
Levando todos esses aspectos em consideração, é oportuno que haja um programa de prevenção, que previna e alerte com eficácia, todos aqueles que ainda não fazem uso, para que não venha a fazer em hipótese nenhuma, e para aqueles que fazem uso ocasional, parem enquanto é tempo, antes que venham a desenvolver dependência crônica. Portanto para a RP, a alternativa de prevenção fica bem claro como contexto positivo, ainda mais, quando o assunto é saúde mental! Pois a importância de prevenir, aumenta exponencialmente e torna-se indispensável como plano de ação. Como diz o ditado: Prevenir é melhor do que remediar! Pra isso a RP desenvolveu o programa de prevenção: drogas, não entre nessa! Ou pare enquanto é tempo!
5.1 Objetivo geral do programa
O programa de prevenção da RP: “drogas, não entre nessa! Pare enquanto é tempo! Tem como objetivo, servir de alternativa para que Estados os Municípios possam prevenir que crianças, adolescentes e pessoas não venham se tornar vulneráveis, ao risco de se tornar usuários ocasionais de substancias psicoativas. E que os usuários ocasionais de substancias psicoativas, não desenvolvam dependência crônica.
5.2 Objetivos específicos:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o estudo/pesquisa da RP, 96% dos 1200 acolhidos, referiram que seu primeiro uso de substâncias psicoativas ocorreu antes dos 14 anos de idade e, aumentou significativamente a intensificação do uso entre a faixa etária entre 15 a 20 anos de idade. Neste sentido, a RP compreende que a prevenção deve consistir principalmente na 1° linha, considerada contexto escolar, pois é a partir deste, que a curiosidade se mostra como um gatilho muito sensível, o qual acaba sendo acionado pela necessidade de saciar a sensação de curiosidade, bem como a de fazer parte de uma turma mais descolada, ou seja, alunos com fala desenrolada, de bom papo, que tem comportamento sociável, os quais quando já fazem uso de substâncias psicoativas, se tornam um atraente fator de risco á crianças curiosas e vulneráveis.
Portanto, isso revelou que alunos também criam seus grupos de usuários iniciantes, e estes também precisam ser trabalhados com mais cuidado, pois infelizmente agem sorrateiramente dentro do contexto escolar, a na maioria das vezes passam desapercebidos por fazer parte do mesmo. A 2° linha de prevenção deve ser direcionado ao grupo familiar, uma vez que a unanimidade dos dependentes se constituiu em meio a famílias fragmentadas, e não só pela violência doméstica, mas também, por haver uso de substâncias psicoativas dentro do núcleo familiar. Já a 3° linha de prevenção, deve ser direcionada as empresas, pois o estudo demonstra que a grande maioria dos acolhidos do estudo/pesquisa, antes de desenvolver dependência crônica, compreendiam que podiam controlar o uso, no entanto, a realidade que os mesmos se encontram hoje, é pela grande dificuldade de tentar parar e se manter em sobriedade, porém, como demonstra o estudo/pesquisa a taxa dos que ainda apresenta capacidade de consciência para manter a sobriedade é muito baixa, devido as sequelas que a substância causou na estrutura psíquica dos mesmos.
Mesmo diante de tanta dificuldade no tratamento com dependentes crônicos de substâncias psicoativas, a RP ainda assim, tem se caracterizado eficiente pela variedade de técnicas psiqueativas de enfrentamento, as quais servem de resolução de problemas que venham a surgir no cotidiano.
REFERENCIAS