Desenvolvimento da RP

 

"Reflexões ÷ Terapia  + Psicológico X Atividade = Reflexoterapia Psiqueativa"

 

 
      1. ESTUDO/PESQUISA DA RP
 
     A RP foi elaborada e desenvolvida pelo psicólogo Alexandre José Swib, por meio de pesquisa e trabalho de campo, tendo início no mês janeiro de 2018, e se finalizou ao final de dezembro de 2022. Durante esse período foi observado e pesquisado o convívio diário de 1200 acolhidos (pessoas do sexo masculino maiores de 18 anos), dependentes de substâncias psicoativas (álcool, crack e outras drogas), em fase de acolhimento em uma comunidade terapêutica no Vale do Itajaí-SC, onde os mesmos se encontravam em processo de abstinência impossibilitados ao contato social e uso de substâncias psicoativas. Dos 1200 acolhidos, 20 demonstraram interesse em contribuir com a RP. Após completarem 6 meses de acolhimento, por livre espontânea vontade se candidataram e serviram como acolhidos/piloto. Através da RP os mesmos foram acompanhados, observados e avaliados no convívio familiar e social e de trabalho entre 3 a 4 meses. Dentro deste período foi buscado compreender entre os mesmos, quais os principais sintomas que lhes afetavam sem que percebessem, a ponto de gerar desequilíbrio e sofrimento psíquico. A partir disso, a RP passou a desenvolver inúmeras técnicas psiqueativas de enfrentamento para que o dependente pudesse se compreender melhor como funciona seu estado físico, psicológico e espiritual a começar pela primeira técnica psiqueativa o PRC (Percepção, Reflexão e Compreensão).
 
         2. COMPREENSÃO SOBRE A INICIAÇÃO DE USO DE SUBSTÂCIAS PSICOATIVAS
 
      A RP também pesquisou sobre outros estudos e pesquisas de iniciação de uso de drogas e suas causas. As informações encontradas nos materiais de pesquisa, artigos e estudos encontrados no acervo digital (internet), são bastante relativas. Diante disso, a RP não descarta tais informações encontradas no acervo digital, no entanto, nesse primeiro momento buscará se fundamentar apenas, nos resultados do próprio estudo/pesquisa com os 1200 acolhidos em uma comunidade terapêutica no Vale do Itajaí-SC.

 

       Quando questionados como ocorreu o primeiro uso de substâncias psicoativas, as respostas de modo geral revelaram que dos 1200 acolhidos, 1153 referiram ter feito o primeiro uso de substância psicoativa, antes ou igual aos 13 anos de idade. Segundo os motivos que os levaram a fazer o primeiro uso, foi a curiosidade e a influência de amigos mais velhos considerados pelos mesmos como os mais descolados. Pois para fazer parte da turma era preciso fazer uso ou de cigarro, álcool ou maconha. A iniciação geralmente acontecia de forma escondida em lotes baldios ou matagais atrás da escola ou no bairro onde residiam. Quanto a intensificação de uso, os mesmos referiram que o uso passou a ser mais intensificado e com maior frequência entre os 15 e 20 anos de idade. Apenas 27 referiram que lembram ter iniciado com 15 anos de idade ou mais. Outros 20 referiram que não lembravam certo a idade que iniciaram. Fato, devido a inumeras internações devido ao uso constante de crack, estes já apresentavam diagnóstico de transtornos mentais como: falas desconexas, ansiedade generalizada, dificuldades em manter a linha de lembranças confundindo memórias recentes com a de longo prazo.

 

       Quando lhes perguntado sobre como era seu contexto familiar da época da iniciação do primeiro uso, 1150 acolhidos responderam que viviam em uma família fragmentada por conflitos e violência doméstica devido ao uso de álcool principalmente feito pelo pai, foram raros os relatos em que a mãe foi apontada fazer uso de álcool, e usar de violência doméstica. Na questão sobre o que passou a ocorrer após o primeiro uso, 173 acolhidos referiram que a sequência de uso de cigarro e álcool e até mesmo maconha, passou a ocorrer dentro do próprio meio familiar na companhia dos pais, que na maioria das vezes terminava em violência entre os familiares após o consumo de álcool. Outros 980 acolhidos referiram após o primeiro uso passaram a fazer uso ocasional escondidos dos pais.

 

      Ao avaliar todos esses fatores, a RP compreende que o uso inicial dos 1200 acolhidos ocorreu muito mais enquanto no contexto escolar. Porém, vale ressaltar que o contexto familiar por não se oferecer como fator de proteção, serviu como fator de risco intensificado para que a iniciação de uso a substâncias psicoativas fosse facilitada.  Outro fator significante é que dos 1200 acolhidos, 978 referiram que em certo momento da vida tiveram um bom emprego e acreditavam que podiam fazer uso controlado mesmo trabalhando. Porém com o tempo houve perda de controle do uso, o qual se transformou em dependência crônica, e com isso houve a perda do emprego e afastamento da família, de modo que passaram a viver somente em função do uso da substância psicoativa (droga de preferência).
 
          3. DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS PSIQUEATIVAS COM OS ACOLHIDOS/PILOTO

 

     O termo técnica psiqueativa de enfrentamento, no conceito da RP se define como: forma diferente de analisar, raciocinar e encontrar a ação mais adequada para resolver o problema em questão que se apresenta, independentemente do mesmo se apresentar de forma material negativo que vem do externo ou emocional indutivo negativo que vem do interno.

 

      A partir desse conceito, os acolhidos, passaram a compreender quais são as diferenças entre sensação, emoção e sentimento através do PRC, considerado a primeira técnica psiqueativa da RP. Assim o PRC, possibilitou os acolhidos fazerem melhor compreensão sobre como funciona o eu em meio as sensações, emoções e sentimentos. Deste modo o profissional passou a desenvolver novas técnicas psiqueativas de enfrentamento para que os acolhidos fizessem resolução das situações problemas, e depois trouxessem os resultados. Como os resultados passaram a ser positivos, os mesmos passaram a usar as técnicas psiqueativas de enfrentamento com maior frequência, onde passaram a confiar cada vez mais em si, e a partir desta confiança, maior capacidade de resolução frente as adversidades, situações problemas cotidianas que viessem a se ocasionar. Os resultados foram que os acolhidos/piloto passaram a evitar antigas atitudes emocionais negativas que os levava a fuga ou ao confronto frente aos adversos, ou provocação de outros acolhidos. Deste modo, a RP passou a se fundamentar cada vez mais, por meio das evoluções da melhora da qualidade de vida dos dependentes compreendidos como acolhidos/piloto. 

 

      Portanto, a RP foi se constitui por meio de técnicas psiqueativas de enfretamento, a qual é compreendida como ferramenta reflexão terapêutica, pois passou a dar aos dependentes crônicos de substancias psicoativas que ainda apresentavam estado de consciência preservado, e que não apresentam transtornos mentais que atrapalhem a compreensão. Assim estes, ao se utilizar da RP passaram a evitar o acumulo de sintomas emocionais negativos, os quais geram ansiedade generalizada compreendida pela RP como sendo ritual de recaída. Ou seja, quando o ritual de recaída de um dependente em abstinência se rompe, o mesmo a sofrer um impulsivo frenesi de fissura, que a partir disso passa a agir com atitudes de busca desenfreada pela substancia psicoativa da qual é dependente.  Para que o dependente não alimente seu ritual de recaída, a RP desenvolveu técnicas psiqueativas para que o dependente que se encontra em estado abstêmio de uso, compreenda como praticar a manipulação sintomática, a qual possibilita o mesmo desenvolver maior sensibilidade e autopercepção de si, tornando seus sentidos (audição, visão, olfato, paladar e tato) mais aguçados; enquanto que o psicológico se torna mais reflexivo, e o estado de espirito mais resiliente e na positiva paz.
 
      4. RESULTADOS
 
     Fato, os acolhidos/piloto que se apropriaram das técnicas psiqueativas para fazer enfrentamento de suas dificuldades ou adversidades abstemias, passaram a viver sua sobriedade de forma mais prazerosa e resolutiva, tanto que o enfrentamento é uma forma reflexiva de resolução, e serve para resolver todo e qualquer conflito natural que vier acontecer no agora, sendo que, também serve para filtrar e compreender entre o adverso natural e o provocado. Ou seja, a RP aumentou a chance de o dependente agir de forma assertiva através do poder de reflexão, e com isso aumentou gradativamente a confiança em si. Evidenciou-se que cada acolhido havia desenvolvido consequentemente devido sua dependência, um peculiar ritual de recaída sintomático. Confirmando assim, que dependentes de substancias são altamente emocionais, e minimamente racionais. Deste modo no momento que dependentes acolhidos/piloto passaram a utilizar técnicas psiqueativas de enfrentamento afim de compreender quais eram os sintomas do seu ritual de recaída, automaticamente se utilizaram de técnicas psiqueativas de enfrentamento para anular tais sintomas compreendidos como emocionais sintomáticos negativos. Ainda assim, ao ser possível encontrar eficácia no tratamento de dependentes de substancias psicoativas, a RP compreende que a melhor alternativa ainda é, investir na prevenção, pois com certeza ainda é uma das melhores técnicas psiqueativas de enfrentamento.

 

      Fato importante observado durante os 5 anos de estudo/pesquisa, foi que a grande maioria de dependentes que não conseguiram se apropriar das técnicas psiqueativas de enfrentamento, pois ao voltarem a viver em sociedade, recaíram rapidamente ao uso de substancias psicoativas. Estes mesmos acolhidos já se encontravam em uma sequência de internação e recaídas, de modo que alguns durante os 5 anos que se estendeu o estudo/pesquisa da RP, ocorreu dos mesmos se internar na comunidade terapêutica por mais de 4 vezes, sem contar internações em outras comunidades terapêuticas nesse mesmo período. Essa realidade comprova que é muito difícil para grande maioria dos dependentes se tratar com eficácia, devido muitos destes, já apresentar transtornos mentais ou surtos psicóticos que os levam na maioria das vezes, abandonar o acolhimento antes de completar um mês.

 

      Levando todos esses aspectos em consideração, é oportuno que haja um programa de prevenção, que previna e alerte com eficácia, todos aqueles que ainda não fazem uso, para que não venha a fazer em hipótese nenhuma, e para aqueles que fazem uso ocasional, parem enquanto é tempo, antes que venham a desenvolver dependência crônica. Portanto para a RP, a alternativa de prevenção fica bem claro como contexto positivo, ainda mais, quando o assunto é saúde mental! Pois a importância de prevenir, aumenta exponencialmente e torna-se indispensável como plano de ação. Como diz o ditado: Prevenir é melhor do que remediar! Pra isso a RP desenvolveu o programa de prevenção: drogas, não entre nessa! Ou pare enquanto é tempo!